sexta-feira, 3 de junho de 2011

barbra streisand

Muda cena.
Pq vc não responde meus e-mails?  Que cara é essa? Dormiu? E então... Então nada. Te desejo boa aula e como curandeira  passo a mão nas suas costas tentando me desculpar por ser eu mesma, por te encher o saco e entro.
Se não sei a resposta, faço todas as perguntas. Amar me livra do peso de viver? É o remédio? A descoberta de que o samba não morreu? Nosso amigo cantando Barbara Streser uhuhu, a competência territorial se o crime é militar... Será que ele sabe que aquilo branco era hipoglós pq a única coisa sensível que tenho é a pirikita que eu tinha depilado na noite anterior? Mas o que é o amor e a tal da conexão e continência que esse velhote ta falando? E nosso amigo no uhuhuuhu me conforta dizendo: e daí que vc ta perguntando. Certa ta vc de perguntar, pior sou eu q tenho vergonha.
Vergonha. Vergonha. Vergonha. A minha vergonha é camarada da minha cara de pau. Afinal, se não sei a resposta, eu pergunto. Uma hora ou outra eu pergunto. Mesmo morrendo de vergonha. Barbara Streisser uhuhuu
Muda cena, entrego livro. Por favor, um café expresso. Pergunto pra moça que me entrega o café fervilhando, amar apenas por cansaço de estar só é trair a si mesmo, né? Ela responde que não entendeu o que perguntei e eu concordo com ela. É moça, eu também não entendo. Vou na mesinha e coloco uma colher de açúcar, hesito e colo mais uma pra não ter perigo de amargar a alma. É quando alguém, feito de som, cheiro, forma e movimento materializa os sonhos presos na garganta? Quem é capaz de resistir? Quem não se deixa vendar os olhos pela própria vontade? Amor é quando não consigo definir o sentimento pela pessoa? Provocação, utopia, desordem, incomum. Pessoas que não sei o nome me perguntam sobre trabalho, prova e sei lá outra merda qualquer.  Pq tem gente que acha que eu sei de alguma coisa que se passa nessa faculdade? Só sei da leveza e do peso, do caos e da poesia bebendo no mesmo copo, em harmonia.
Muda cena, bato cartão. Faço um comentário engraçadinho sobre nosso amigo, Barbara Stresseir uhuhu pra te lembrar que apesar de eu ser um tipo estranho e te mandar musiquinha eu sou sua amiga, brother, camarada, parceira, da banca e então... E então nada. Entro no aluno online. 16 faltas. Fodeu. Fodeu Fodeu. E daí as começa tudo de novo. Sou a única pessoa que me permito cobrar. De agora em diante vc vai se prender pra ficar livre e buscar todas as outras coisas? Vai voltar com o regime? Com a música, a doutrina, a yoga, o tricô que vc quer dar pra filho do seu amigo e a meta doação de sangue uma vez por ano? Decido então: tenho que ter disciplina mental, eu tenho que gostar mais das pessoas e menos da minha imaginação. Nada pra fazer. Tédio. Fumo um em frente ao paço municipal.
Muda cena, estralo os dedos. Passo a gostar mais da minha imaginação denovo. é que eu só queria dormir mais horas... Mas a vontade que eu tenho de pelo menos tentar te dar carinho nas costas com a perna nua enlaçada, depois de tomar uma garrafa de vinho pra a vergonha desse lixo de corpo que tenho não me inibir, me sopra as fagulhas. Antes não conseguia dormir, agora já não quero sonhar. Durmo em paz com a insônia depois imaginar sua cara dura lendo, com seus olhos vermelhos, mais essa merda ao passo que escrevo de sentimentalismos por impulso. Fazer o quê? São os impulsos que determinam nosso futuro. Não há erro antes de errar. Não há fracasso se não há escolha. Não há resposta sem pergunta. A gente só executa título que foi aceito pelo sacado. Todo romance unilateral só vale a pena por sua fascinação, que reside nas coincidências, nos impulsos, no senão, no se, na esperança de reação da pessoa errada. Atribuir uma resposta, um sentido, uma razão, medir a intensidade, definir o amor, prever o futuro é pretensão de quem acha que sabe o que é amar. Clico em enviar e-mail.
Muda cena.



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(inspirado por gabito)

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