quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ferida que dói e se sente....

Quase um ano e meio atrás escrevi o último post. Relendo percebo que nada efetivamente mudou.
Além do meu pai, outras pessoas morreram em vida. A tal família que sempre colocava em primeiro lugar no meus textos, hoje se resume ao meu marido. Não que isso seja pouco, porquê ele é muito. Ele é a melhor pessoa que eu já conheci na minha vida. Digno de todas as qualidades que uma pessoa pode ter. Não estou endeusando-o, afinal, não sou uma boba apaixonada. Ele tem váááários defeitos, mas o impossível aconteceu: eu o amo no pacote completo.
Pra mim isso parecia impossível, afinal, nunca convivi com o amor que supera  o lado negro da força de uma pessoa.
Para a minha família não basta o amor. Na verdade a minha família nunca soube tão pouco praticou o amor.
Não tenho dúvidas que a minha fragilidade emocional tem fundo familiar. É muito louco ver que quando me tornei adulta e pude observar outras famílias, cheguei a conclusão que a minha é doentia.
Ter um pai definitivamente louco e uma mãe definitivamente desinteressada, egoísta e muito, mas muito omissa não poderia resultar em boa coisa.
Óbvio que tenho a plena consciência de que não sou a pessoa mais dócil do mundo. Acho, por exemplo, a Poliana do livro a maior idiota do planeta literário!
Mas a falta de respeito, consideração e amor da minha família não me permitiria ter outra postura. Porque ter outra postura seria trair eu mesma. E na verdade verdadeira, eu só aprendi a contar comigo mesma.
Por algum pouquíssimo tempo, pensei que eu já tinha provado para eles que eu era uma pessoa digna de respeito. As profecias que passavam do casar com traficante à não ser bosta nenhuma na vida, além de vagabunda que não faz nada o dia inteiro e claro o mau caratismo, em tese, teriam sido superadas.
Minha irmã escreveu dizendo que ia deveria esquecer o passado. Impossível eu passar uma borracha no que eu vivi, pq seria como eu esquecer de mim mesma. Eu vivi aquilo e o que eu vivi resultou no que eu sou.
Hoje vivo uma briga entre fazer o que me deixa feliz e fazer aquilo que me deixa triste. E parece tão óbvio que a atitude tomada deveria ser a positiva... Mas eu não sei o que acontece que eu sempre acabo me fazendo mal.
Parece que não basta todo o mal que minha família já fez. Ou o mal que eu tive que viver para aprender algo. Eu tenho que me sabotar pra ficar mais triste ainda. Eu tenho que me sacanear para o pacote ficar completo. E eu não entendo o motivo disso.
Meu marido fala que eu não preciso saber o motivo, pois ficar procurando o motivo é uma forma de não tomar as atitudes positivas.
Na terapia que voltei a fazer há um mês, o que rola nas conversas é a auto-sabotagem pq eu não me sinto (inconscientemente) digna de me dar bem, de ser feliz.
Não duvido dessa tese. Foram muitos e muitos anos de críticas nunca construtivas, de desrespeito com meus sentimentos, de desesperança e desamor.
Reconstruir uma imagem de si mesma é tarefa dolorida. E dói quase que como um corte que não cicatriza nunca.
Sei que o grande aprendizado do que vivi nesse último ano é o que não fazer com a família que eu estou construindo com meu marido.
Acho que escrever me faz bem, rs...

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